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Alienação parental

O conceito de um dos pais tentar separar a criança do outro progenitor como um castigo por um divórcio, também conhecida como Síndrome de alienação parental, foi um termo criado pelo psiquiatra infantil Richard A. Gardner, que tomou como base suas experiências clínicas desde o início de 1980.

A partir da observação de que muitos casamentos terminavam (e terminam) de forma dolorosa, às vezes violenta; e muitas vezes com questões emocionais não elaboradas que cada um dos parceiros carregara durante a vida toda, e que acabavam por levar para a relação, percebeu-se o quanto essas dores transbordam para a relação com seus filhos de forma violenta.

A temática que pretendo abordar nesse momento envolve os filhos, resultantes dessas separações, e as inúmeras consequências negativas decorrentes dessa prática – Alienação parental – que podem ser devastadoras para o desenvolvimento emocional e comportamental saudável daqueles que experienciam esse processo, visto que se tornam “objeto” de manipulação de forma a atingir o ex-cônjuge.

A gravidade dessa situação pode provocar uma serie de emoções distorcidas a respeito de si, quando alguém de sua máxima confiança – normalmente um dos pais – provoca tais violações. Consequentemente comportamentos destrutivos ou autodestrutivos podem surgir no cotidiano dessas crianças e adolescentes, assim como nos espaços que frequentam – como a escola – e nas suas relações sociais, gerando insegurança, ansiedade, raiva, intolerância à frustração, dificuldades no aprendizado escolar, culpa, sentimento de abandono e traição pelo genitor acusado pelo alienador, dentre muitas outras consequências.

Na tentativa de proteger crianças que convivem com pais separados, foi criada em 2010 a lei de alienação parental. No entanto, é de extrema urgência que, para além de criminalizar essa prática, como faz a área do Direito, é que se conscientizem os pais de que um filho não é objeto de transferência de seus engodos particulares projetados com intuito de aniquilar o outro genitor, mas um ser único que merece viver com dignidade emocional essa experiência chamada vida. Quanto mais consciência, menos danos emocionais e adultos mais seguros e saudáveis teremos em todos os quadrantes da vida.

A busca pelo autoconhecimento e pelas práticas terapêuticas sempre pode contribuir na ampliação da consciência, de forma que nos tornemos mais responsáveis por nossos atos e por nós mesmos prescindindo de lançar no outro suas mazelas emocionais.

 

Nayalla Buarque

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